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USP DESENVOLVE POMADA CICATRIZANTE À BASE DE PROTEÍNA DA JACA
18/03 - USP DESENVOLVE POMADA CICATRIZANTE À BASE DE PROTEÍNA DA JACA
Brasília - Dentro de pouco tempo, a um novo produto tratará queimaduras e cicatrizes cirúrgicas: a pomada de jaca. Desenvolvida por pesquisadores da USP (Universidade de São Paulo) em Ribeirão Preto, o medicamento tem como princípio ativo a lectina KM+, uma proteína presente na semente de jaca e que estimula a proliferação celular e a produção de colágeno.
"A ação benéfica de KM+ sobre a lesão é drástica. Ela se faz logo nas primeiras horas após o ferimento, evita a necrose do tecido e proporciona uma regeneração muito mais rápida do que a dos ferimentos não tratados", afirma Maria Cristina Roque Barreira, uma das coordenadoras do estudo. A expectativa é que o medicamento esteja disponível para uso clínico em aproximadamente cinco anos.
A KM+ da jaca é obtida pela técnica da expressão heteróloga de proteína, que neste caso consiste em inserir o gene responsável pela produção da lectina do DNA da fruta em uma levedura. Assim, o microorganismo funciona como uma espécie de "fábrica" da substância desejada.
Recentemente, a lectina passou a ser produzida em bactérias no lugar das leveduras. Além de ser mais rápido e mais barato, o novo processo conseguiu quadruplicar as quantidades produzidas. "Estamos aperfeiçoando o método para tornar a produção viável em larga escala", explica Maria Cristina, ressaltando que a aplicação da substância em cicatrizes cirúrgicas e outros tipos de lesão já está sendo estudado.
No começo, a pesquisa foi conduzida pela professora Maria Cristina, do Laboratório de Imunoquímica e Glicobiologia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP). Nos últimos quatro anos, ganhou o reforço da professora Maria Helena Goldman, do Laboratório de Biologia Molecular de Plantas da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP). Enquanto o Laboratório de Imunoquímica e Glicobiologia estudava as propriedades biológicas da lectina de jaca, Maria Helena pesquisava a melhor forma de expressar a proteína em microorganismos para produção laboratorial.
O estudo contou com o apoio da Fapesp (Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado de São Paulo) no financiamento e no registro das patentes.
As informações são da Agência USP de Notícias
Data Edição: 18/03/04
Fonte: Agência Brasil
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